Apneia do sono

Apneia do sono

Há alguns anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) vem alertando para uma possível epidemia de privação de sono. Se você acompanha o nosso blog, especialmente os conteúdos sobre bem-estar e saúde,  já entende a importância, para a saúde, de dormir bem à noite. E uma das patologias que mais afeta a qualidade da sua noite de descanso é a apneia do sono

Sim, é isso mesmo que você leu: a síndrome da apneia do sono do tipo obstrutivo - que conhecemos apenas como apneia - é uma doença, registrada na Classificação Internacional de Doenças (a CID) - E os dados referentes à prevalência dessa patologia são alarmantes: em um estudo publicado em 2019 na revista Lancet, estimava-se que quase 1 bilhão de adultos, com idade entre 30 e 69 anos, sofria de apneia do sono. O Brasil é o terceiro país do mundo com maior prevalência: aproximadamente um terço da nossa população sofre de apneia.

A doença normalmente está associada a outras condições como obesidade, hipertensão e patologias cardiopulmonares. Sendo assim, é difícil precisar a taxa de mortalidade provocada apenas pela apneia. Alguns estudos apontam para uma taxa de mortalidade de 4% em relação ao total de doentes, mas esses estudos não descartam outros fatores de comorbidade como influenciadores da morte de pacientes.

Causa e sintomas

A apneia do sono é caracterizada por paradas momentâneas na respiração. Isso acontece porque as vias respiratórias do indivíduo que sofre da doença são obstruídas pelos músculos da própria faringe, no momento que eles relaxam.

Apneia do sono

Há vários fatores que influenciam no desenvolvimento da apneia. Contudo, o principal é o sobrepeso e a obesidade. Com o ganho de peso, aumenta a circunferência do pescoço e a flacidez dos músculos dessa região. Com uma musculatura de pescoço menos firme, aumenta a frequência das obstruções da faringe.

Outros fatores que também aumentam a intensidade do relaxamento dos músculos do pescoço são o consumo de álcool, tabaco e até alguns medicamentos para induzir o sono.

Os períodos de obstrução da faringe provocados pela apneia duram de 10 a 20 segundos e, ao longo deles, há uma redução da entrada de ar oxigenado no corpo. Com menos oxigênio no sangue, aumenta a concentração de gás carbônico. O cérebro identifica esse estado do corpo e libera cortisol, o hormônio do estresse, para que você desperte. Ao acordar, sua musculatura do pescoço endurece de novo e você volta a respirar normalmente. Contudo, ao voltar a dormir, o ciclo de relaxamento tende a continuar.

Além de despertares noturnos frequentes, há outros sintomas clássicos de quem sofre de apneia do sono:

  • Ronco
  • Sonolência e cansaço durante o dia
  • Dores de cabeça
  • Redução na concentração e na capacidade de fixação de memórias
  • Irritabilidade
  • Redução da libido

Apneia do sono: diagnóstico, prevenção e tratamento

Quem sofre de apneia enfrenta dificuldade para passar plenamente por todas as fases do sono. Exatamente por ficar pouco tempo nos estágios quatro e cinco do sono que, quem sofre de apneia, normalmente sente irritabilidade, sonolência e cansaço durante o dia, além de dores de cabeça e redução da concentração.

O diagnóstico da apneia começa com um exame clínico com um otorrinolaringologista e é concluído com o resultado da polissonografia, o exame do sono. Ele vai identificar quantos episódios de obstrução da faringe acontecem ao longo de uma hora. A depender da quantidade, a doença é assim classificada:

  • Leve → de 6 a 15 eventos por hora
  • Moderado → de 16 a 30 eventos por hora
  • Grave → acima de 31 eventos por hora

A melhor forma de se prevenir contra a síndrome da apneia do sono do tipo obstrutivo é adotando hábitos que melhorem o bem-estar e saúde: perda de peso, redução do consumo de álcool, prática regular de atividades físicas e evitar refeições pesadas antes de dormir. Todos esses comportamentos estão entre as boas práticas de higiene do sono.

Para quem já foi diagnosticado com a patologia, há diversos tratamentos, dos mais conservadores aos mais invasivos.

Além de mudar os hábitos de vida, o tratamento conservador mais recomendado - e que já apresenta ótimos resultados - é o fonoaudiológico. Em sessões específicas de tratamento, é trabalhado o reforço da musculatura da região do pescoço; basicamente é feita musculação para o pescoço.

Há outros tratamentos levemente invasivos que também apresentam bons resultados: o aparelho intraoral e o CPAP. Aquele consiste em uma placa que vai dentro da boca e força o maxilar inferior para frente, aumentando o espaço da passagem de ar pela faringe. Já o CPAP é um equipamento constituído de uma máscara facial. Por meio dela é empurrado oxigênio para o nariz e boca, forçando a abertura da faringe.

Por fim existem os tratamentos cirúrgicos. Contudo, eles normalmente são recomendados para os casos de apneia que são provocados por pessoas que tem alguma alteração morfológica: desvio de septo, adenóides aumentadas, língua, amígdala e úvulas grandes, queixo pequeno ou deformidades craniofaciais genéticas.

Para além de todos os cuidados com seu bem-estar e saúde, há várias práticas que podem ser adotadas para reduzir os impactos da apneia. Cuidar da higiene do sono, respeitando especialmente o ciclo circadiano é uma dessas práticas. A outra é equipar bem o seu ambiente de descanso com acessórios de sono que, além de trazer conforto, vão te proporcionar mais saúde. Boas bases, colchões e, especialmente, travesseiros, ajudam no combate à apneia - tanto que uma das recomendações para combatê-la é dormir de cabeça elevada, com um travesseiro que mantenha sua cabeça a uma distância de 15 a 20 cm do colchão.

Aqui na Simmons você vai encontrar cama box, colchão e travesseiro para reduzir os impactos da sua apneia. Contudo, se você enfrenta os sintomas que listamos aqui, procure um médico e faça o exame para concluir corretamente o diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes.